Teoria da Alma

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Essa história com meu ex, que comecei a contar ali embaixo, até hoje não teve fim. E eu não quero que tenha. Ela vem se arrastando ao longo de 9 anos, e nunca consegi colocar um ponto final. Claro, eu nunca quis. Na verdade sempre acreditei, como disse ali embaixo, que teria um final feliz. E tenho que admitir que acredito até hoje, mesmo contra todas as evidências.
Quando eu penso nas coisas que vivemos, não posso pensar diferente. Por mais que tenha sido pouco tempo, foi mais intenso do que qualquer outro relacionamento na minha vida. Não ficou bem resolvido, como ele me disse. Nem pra mim, nem pra ele.
Os homens que conheci depois dele sempre perderam na comparação, sempre ficaram devendo em sensibilidade, em gosto musical, em inteligência, em charme, em compatibilidade... em todos os sentidos.
Na minha última consulta com meu psiquiatra, falando sobre isso, eu disse que ele era o fantasma da minha vida, um fantasma que me acompanhou durante esses 9 anos. E aí ele me disse que o fantasma não era ele. Eu sou o fantasma. Ele disse que o fantasma sou eu. Ele me falou várias coisas nesse dia, quero escrever sobre elas para não esquecer.
Quando eu disse a ele que precisaria encontrar meu ex namorado para colocar um ponto final na relação - ou para embarcar nela de vez - ele disse que não, que eu não preciso. Disse que eu posso resolver isso sozinha, porque o fantasma está em mim, o fantasma sou eu. Humm... o que isso significa exatamente? Eu não faço idéia. Escrever me ajuda a organizar os pensamentos. Quem sabe assim eu consigo descobrir.
O fato é que eu não me conformo que esse relacionamento não tenha dado certo. Tinha tudo pra dar certo - não aceito que não possamos ficar juntos e felizes para sempre.
E aí quando nos falamos, fazemos planos, lembramos de tanta coisa, desejamos tantas coisas e... tudo se perde, de uma hora pra outra, como se eu tivesse sonhado, e não ouvido dele tantas coisas...
Por que é que eu insisto nisso, por que não desisto? Eu resolvi que desta vez não vou desistir dele, porque se eu desistir essa história vai continuar mal resolvida na minha vida, vai continuar me assombrando até o fim dos tempos. Mas será que é isso mesmo? E o que exatamente significa esse "não desistir"? Eu tenho que convencê-lo a dar outra chance a nós dois? Tenho que ir buscá-lo, nem que seja amarrado, para mostrar a ele que podemos ser felizes juntos? Até que ponto posso insistir, ligar, escrever, falar, querer, querer, querer? Eu não sei. Não sei qual o limite. O que eu sei é que se eu desisto agora, daqui a um ano, dois anos, sei lá, voltaremos a nos falar e vai ser a mesma coisa, de novo. Quero acabar com isso. Resolver de uma vez. Ou ficamos juntos ou não ficamos. Mas precisamos resolver. E ele diz a mesma coisa pra mim. Mas por que, depois de falar isso, ele some? Ele foge? Ele foge de quem? Dele, de mim? Da possibilidade de ser feliz comigo?
E por que eu insisto tanto em viver uma história com um cara que é indeciso, que foge, que não sabe o que quer, que um dia fala uma coisa e no outro faz outra completamente diferente?
Eu não sei, eu não sei, eu não sei.
Eu acredito que ele seja o amor da minha vida. Mas será que uma pessoa tem que esperar tanto, sofrer tanto, pelo amor da vida? Eu também não sei.
O que Freud diria? Que eu insisto nisso porque também não quero ser feliz? Fujo da felicidade? Quero um amor impossível, ao invés de encontrar alguém que esteja perto, que me queira, que cuide de mim? Talvez.
Meu médico disse, como já escrevi, que é a tal angústia de ficar sozinha. Disse também que eu preciso aprender a ficar sozinha. Preciso acabar com essa angústia, aprender a ficar sozinha sem essa angústia, para depois poder saber o que eu quero de verdade.
Ele falou outra coisa importante. Que eu preciso continuar minha vida normalmente. E aí eu lembrei que, toda vez que R. aparece na minha vida, eu entro em pausa. É. Ele aparece e tudo para. Eu paro, o mundo para, minha vida para. (De novo, sem acento). Parece que eu fico num estado de pausa mesmo, esperando que ele resolva o que vou fazer da minha vida. Esperando pra saber se ele vem me buscar, se é desta vez que vamos ficar juntos pra sempre, se agora finalmente vou conseguir viver a tal história de amor da minha vida. Tudo para! E não pode ser assim. Eu não posso depender eternamente de alguém que resolva minha vida, meus problemas. Sou eu quem tem que resolvê-los. Será tão difícil assim fazer isso? Se eu colocar nas mãos de outra pessoa, seja quem for, nunca vou resolver nada. Vou viver dependendo de outras pessoas e nunca vou pra lugar nenhum. Como eu sinto que não fui até hoje. Humm... será que estou tendo um insight? Vou dormir. Amanhã eu releio e vejo se descobri alguma coisa importante!
posted by Karime at 01:10

1 Comments:

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21 de abril de 2009 às 12:03  

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