Teoria da Alma

terça-feira, 28 de abril de 2009

vontade de escrever

Vontade de escrever, mas não sei nem o quê. Lembrei agora que há muito tempo me contaram que medida do bonfim, da música, era a antiga fita de nosso senhor do bonfim, aquela vendida na Bahia. Era chamada de "medida" porque media (ou mede, não sei se continua igual) exatos 47 centímetros, que é a medida do braço direito da estátua de Jesus Cristo que está naquela igreja. A fita era feita de seda, bordada a mão, e era usada no pescoço! Devia ser linda!
Hoje é aquela fitinha que todos conhecem, que não é feita de seda e é usada no pulso. A minha está aqui, no meu pulso. Minha prima que foi pra lá mês passado me trouxe. E eu não consigo tirar essa música da minha cabeça, desde o dia em que eu escrevi o e-mail pro R.
Tudo bem, na verdade a letra não corresponde exatamente ao que houve entre nós. Como eu já escrevi aqui, nosso relacionamento foi curto. Mas a história, mal resolvida, dura 9 anos. Ou melhor, durou 9 anos, porque agora acabou. Foram 9 anos de promessas, de esperanças, de planos, de encontros e desencontros. E de lembranças, todas, muitas, sempre. É difícil virar a página assim, ainda mais quando nunca houve um "fim" propriamente dito. Como eu escrevi também, coloquei um ponto final mandando o e-mail pra ele, mas aqui dentro demora mais um pouco.
Eu não estou sofrendo, triste, chorando pelos cantos. Como eu disse, foram 9 anos de promessas, promessas não cumpridas. Foram 9 anos de aparecer-sumir-aparecer, então de certa forma já estou, ou deveria estar, calejada. Mas isso não faz com que doa menos. Faz com que eu não fique triste chorando, mas não faz com que doa menos porque é o fim de 9 anos de sonho. Talvez um sonho irreal, uma idealização de uma pessoa que não existe, eu não sei. O grande problema é justamente este: e-u n-ã-o s-e-i. E não vou saber, porque ele fugiu, sumiu, de novo.
Desta vez eu achei que seria diferente? Achei sim. Não vou mentir. Ele me disse coisas que jamais havia dito, prometeu coisas que jamais havia prometido. Mais uma vez eu fui seduzida por tudo aquilo. Não estou colocando a culpa nele. Já disse que o que aconteceu/acontece comigo é inteira responsabilidade minha. Mas o que eu não entendo é: o que leva uma pessoa a fazer isso? Procurar uma mulher, falar milhões de coisas pra ela, fazer mil planos, ligar todos os dias, etc. e tal, e de repente, de uma hora pra outra, sumir? Desta vez foi pior, porque eu perguntei pra ele tantas vezes se ele tinha certeza do que estava falando. E falei pra ele tantas vezes que eu não queria que ele falasse tudo aquilo pra depois sumir, de novo. E ele pareceu tão sincero quando falou que isso jamais iria acontecer novamente. Parece cruel, não parece? E é. É cruel.
Por isso gostei tanto do que a Fal escreveu, no post de baixo. Porque é exatamente isso.
E também por isso a música. É uma despedida de um sonho, de algo que não foi, de um amor mais idealizado do que real. Como eu também já escrevi aqui, é a despedida da promessa de felicidade, do Caetano. E o Chico, na música, fala perfeitamente desse tipo de despedida.
Eu me sinto muito melhor depois de escrever. Coloco pra fora minhas angústias, minhas dores. E parece mesmo que consigo transferir parte dela para o papel. No caso, o papel é o blog.
Eu tenho certeza que mereço mais do que isso, mereço um homem que queira se dar por inteiro, que não precise sumir, que não tenha medo, que seja adulto. Uma hora ele aparece. :)
posted by Karime at 01:29

4 Comments:

Uma hora ele aparece. Esteja pronta. Cuide-se. Ame-se. Acredite que você é maior. Escolha ser feliz, sempre.

29 de abril de 2009 às 00:13  

Merece sim, limpe sua vida dos negativos que um bom chega junto.
E como disse Lúcia, escolha ser feliz.
Beijo

29 de abril de 2009 às 12:32  

Essa fase da espera mata... Beijo e obrigada pela visita.

29 de abril de 2009 às 15:02  

Não vale a pena esperar por alguém que só quer brincar com você! Isso só vale para quem nos leva a sério! Toca a tua vida que na próxima esquina tem alguém legal esperando você passar e sorrir. Mas abra o coração para isso, senão, não vai acontecer!

29 de abril de 2009 às 23:00  

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