Teoria da Alma

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Você, você, você

Então eu sinto raiva de você, muita raiva. Fico indignada, mando e-mail brigando, deixo mensagem de voz no seu celular, dizendo pra você não me ligar nunca mais.
Penso em como fui idiota em acreditar em você de novo, ligo para minhas amigas contando que você sumiu, choro, choro, choro, sem entender como você pode fazer isso. Juro a mim mesma que não vou atender da próxima vez que você ligar, que não vou te mandar e-mails, mensagens, que não vou mais te telefonar, e que se algum dia voltar a falar com você vai ser pra te pedir pra sumir da minha vida.
Aí eu vou dormir, e no dia seguinte acordo com vontade de te abraçar, te beijar, passar a mão no seu rosto, fazer carinho em você, te dizer que eu entendo seus fantasmas, seus medos, que eu te conheço melhor do que qualquer pessoa e sei o que se passa dentro dessa sua cabeça dura.
Já não quero mais brigar com você, já não penso mais que fui idiota, já acho que se você ligar eu vou atender. Talvez na segunda vez que você ligar eu atenda. Não, acho que vou atender na primeira, mesmo. Lembro mais uma vez que prometi, a você e a mim, que desta vez não vou desistir de você, de nós, da nossa história, porque sei que podemos ser felizes juntos, porque sei que somos certos um para o outro, porque sei que nós dois juntos fazemos mágica, damos risada, nos entendemos só com o olhar, conhecemos um ao outro e fazemos muito bem um ao outro. Eu SEI disso. E você também sabe.
Pronto, de uma hora pra outra eu já te perdoei, já esqueci que você não atende meus telefonemas, não responde minhas mensagens, que você sumiu, de novo. E perdoei porque não acredito que exista, neste mundo, pessoa que me complete como você, pessoa que me faça sentir que é possível viver e sentir algo além do nosso dia-a-dia. Não importa quanto tempo já passamos juntos, não importa se nosso relacionamento foi curto, não importa que há anos não nos encontramos.
Eu me apaixonei por você ao ler o primeiro e-mail que você mandou para uma lista de discussão. Lembra? Eu li aquela mensagem, que não tinha nada demais, e por alguma razão fiquei intrigada com aquilo e achei que precisava saber mais de você.
Eu não sabia se você tinha 18 ou 78 anos, se era casado, solteiro, feio, bonito, eu não sabia absolutamente nada de você, mas me senti atraída por poucas linhas que você escreveu. Dei um jeito de conversar com você sozinha, longe da lista de discussão, e a partir do primeiro dia em que conversamos tudo, tudo mudou. Nos apaixonamos, fizemos planos, construímos castelos, você me ligava às 4 da manhã para cantar, tocar violão, ler Fernando Pessoa. Você me mostrou músicas novas e lindas, poesias, estrelas, vento, água do mar. E quando nos encontramos pela primeira vez, nos encaixamos de tal forma que parecia que sempre estivéramos juntos.
Como é possível isso? Como é possível que um simples e-mail, de uma pessoa que eu nem sabia quem era, possa ter me atraído de tal forma que eu precisei ir atrás de você para te conhecer melhor?
Como é possível que depois de 9 anos não conseguimos esquecer um do outro, e quando voltamos a nos falar parecia que tinha sido ontem, ontem, que tudo aconteceu?
Como é que eu posso desistir, como, como, depois de tudo isso? Como eu posso lembrar até hoje do seu cheiro, do seu beijo, do seu corpo? Não, eu não quero desistir. Não quero e não posso. Eu preciso encontrar você. Nós precisamos desse encontro. Precisamos saber o que existe de fato, o que é essa mágica que faz com que consigamos nos entender com um simples olhar, sorriso, mesmo que seja através de uma web cam fajuta. Eu acreditei em suas promessas, em seus sonhos, em seus planos, mas isso não é culpa sua. Eu acreditei porque quis acreditar, e porque ainda acredito que tudo aquilo seja possível. E, até que uma triste realidade consiga me provar o contrário, vou continuar acreditando, insistindo, te perturbando. E olha que eu duvido que exista uma triste realidade esperando por nós. Acredito que a nossa realidade vai ser tudo, menos triste. Não vou desistir, eu quero você pra mim, só pra mim e mais ninguém, quero poder acordar e ficar olhando você dormir, ao meu lado, como fazem os bobos apaixonados.
Quero poder construir uma história com você, quero brigar com você para depois fazer as pazes, quero sentir raiva para depois sentir vontade de pular no seu pescoço, quero ouvir música, ver filmes, viver o dia-a-dia com você perto de mim. Quero tudo, não quero me privar de nada, quero o melhor e o pior, desde que estejamos juntos. Não quero nenhuma fantasia, quero a verdade, a realidade, a parte boa, a parte ruim, todas as partes. Quero você, inteiro, só você, só pra mim. E quero eu, só pra você.
posted by Karime at 03:01

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