Teoria da Alma

sábado, 18 de abril de 2009

the right words at the right time

"Ao se encaminhar para um objetivo, sobretudo um grande e distante objetivo, as menores coisas se tornam fundamentais. Uma hora perdida é uma hora perdida, e quando não se tem rumo definido é muito fácil perder as horas, dias ou anos, sem se dar conta disso. O mínimo de progresso que poderia fazer num dia em direção ao Brasil era importante, ainda que fosse de centímetros apenas. Com o tempo, eu acumularia todos os progressos e os centímetros se transformariam em quilometros. Senti que estava cumprindo uma obra de paciência e disciplina. E percebi como é simples conseguir isso. Nada de grandes sofrimentos. Ao contrário, bastava apenas o simples, minúsculo e indolor esforço de decidir. E ir em fente. Então tudo se tornava mais fácil. Os problemas encontravam solução."
Amyr Klink, Cem dias entre o céu e o mar.

Roubei daqui.
posted by Karime at 23:38 0 comments

Palavras

Às vezes uma pessoa que você ama é tão cruel que não dá pra entender. Crítica construtiva é uma coisa, mas falar por falar, qual o objetivo? Amigos chegam e falam na cara, e explicam, e se importam de verdade. Enfim.

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Independente disso, quero dizer aqui que estou bem, bem melhor. Claro que não 100% recuperada, mas muito melhor. Foi ótimo ter começado este blog bem no meio de uma crise, assim pude escrever, escrever e escrever, o que me ajuda a a organizar meus pensamentos, ver as coisas mais claramente e perceber que isso tudo não é tão importante assim.
Como disse o Nando num comentário (o único, por enquanto!!!), tudo acaba, até o choro das minhas mágoas. E isso vai acabar logo, sim! :)

¨¨¨
Ainda não sei exatamente o que será deste blog. Sei que vai haver um novo layout, já conversei com a minha web designer preferida para começar os preparativos. Não tenho certeza se o nome vai permanecer este mesmo (estou achando muito dramático), ou se vou escolher outro. E também não sei se fico aqui ou vou para o Wordpress. Alguma sugestão?? Só sei que eu voltei, e agora pra ficar, como diria o rei.
posted by Karime at 09:06 1 comments

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Waiting in Vain

Bob Marley

(Versão: Annie Lennox)

From the very first time I rest my eyes on you, boy
My heart said follow through.
But I know now that I'm way down on your line
But the waiting feeling's fine

So don't treat me like a puppet on a string
'Cause I know how to do my thing
Don't talk to me as if you think I'm dumb
I wanna know when you're gonna come

See-
*I don't wanna wait in vain for your love
I don't wanna wait in vain for your love
I don't wanna wait in vain for your love
'Cause summer is here
And I'm still waiting there
Winter is here
I'm still waiting there

Like I said-
It's been three years since I'm knocking on your door
And I still can knock some more
Ooh, boy, ooh, boy, is it crazy? Look, I wanna know now
For I to knock some more

You see-
In life I know
That there is lots of grief
But your love is my relief
Tears in my eyes burn
Tears in my eyes burn
While I'm waitin'
While I'm waitin' for my day
You see-
(*Repeat)

posted by Karime at 23:39 0 comments

quarta-feira, 15 de abril de 2009

minha alma tripartida

Eu sei, está chato. Eu só falo sobre um assunto. Pareço obcecada. E não é este o objetivo do blog.
Aliás, qual a razão de eu recomeçar um blog, depois de tantos anos? Resolvi falar sobre a alma. Sobre o que se passa dentro de nós, seres humanos. E agora, sim, o que se passa dentro de mim é principalmente todos esses meus sentimentos confusos sobre R. Então é sobre isso que escrevo.
Eu escolhi este nome, "teoria da alma", em razão da teoria da alma de Platão. Para Platão, a alma é dividida em três partes: razão, impetuosidade e desejo. A RAZÃO controla as outras duas partes: controla o corpo, controla os instintos. A IMPETUOSIDADE é a parte dos sentimentos, da agressividade. E o DESEJO é a parte da alma ligada ao apetite, à libido. Para praticar a justiça e buscar a verdade, as três partes da alma recebem ajuda de três virtudes: a razão, da sabedoria ou prudência; a impetuosidade, da coragem e da força; o desejo, da moderação ou temperança. Todos os seres humanos possuem essas três partes, mas o que nos torna diferentes é a proporção de cada uma. A harmonia das três leva à justiça, à felicidade.
Não é isso que buscamos, o equilíbrio entre razão, agressividade e desejos? Não buscamos sabedoria, coragem, temperança?? É sobre isso que pretendo falar aqui. Sobre minha busca deste equilíbrio, sobre a busca de quem mais quiser expor aqui suas fraquezas, seus medos, seus fantasmas. Acredito que só assim, só me expondo totalmente, me abrindo e falando sobre tudo o que atormenta minha alma, é que poderei estar mais próxima, quem sabe, de encontrar o tão sonhado equilíbrio, a justiça, a felicidade.
Milhares de fantasmas me atormentam. Estou apenas começando a contar pra vocês! :)
posted by Karime at 14:22 1 comments

Você, você, você

Então eu sinto raiva de você, muita raiva. Fico indignada, mando e-mail brigando, deixo mensagem de voz no seu celular, dizendo pra você não me ligar nunca mais.
Penso em como fui idiota em acreditar em você de novo, ligo para minhas amigas contando que você sumiu, choro, choro, choro, sem entender como você pode fazer isso. Juro a mim mesma que não vou atender da próxima vez que você ligar, que não vou te mandar e-mails, mensagens, que não vou mais te telefonar, e que se algum dia voltar a falar com você vai ser pra te pedir pra sumir da minha vida.
Aí eu vou dormir, e no dia seguinte acordo com vontade de te abraçar, te beijar, passar a mão no seu rosto, fazer carinho em você, te dizer que eu entendo seus fantasmas, seus medos, que eu te conheço melhor do que qualquer pessoa e sei o que se passa dentro dessa sua cabeça dura.
Já não quero mais brigar com você, já não penso mais que fui idiota, já acho que se você ligar eu vou atender. Talvez na segunda vez que você ligar eu atenda. Não, acho que vou atender na primeira, mesmo. Lembro mais uma vez que prometi, a você e a mim, que desta vez não vou desistir de você, de nós, da nossa história, porque sei que podemos ser felizes juntos, porque sei que somos certos um para o outro, porque sei que nós dois juntos fazemos mágica, damos risada, nos entendemos só com o olhar, conhecemos um ao outro e fazemos muito bem um ao outro. Eu SEI disso. E você também sabe.
Pronto, de uma hora pra outra eu já te perdoei, já esqueci que você não atende meus telefonemas, não responde minhas mensagens, que você sumiu, de novo. E perdoei porque não acredito que exista, neste mundo, pessoa que me complete como você, pessoa que me faça sentir que é possível viver e sentir algo além do nosso dia-a-dia. Não importa quanto tempo já passamos juntos, não importa se nosso relacionamento foi curto, não importa que há anos não nos encontramos.
Eu me apaixonei por você ao ler o primeiro e-mail que você mandou para uma lista de discussão. Lembra? Eu li aquela mensagem, que não tinha nada demais, e por alguma razão fiquei intrigada com aquilo e achei que precisava saber mais de você.
Eu não sabia se você tinha 18 ou 78 anos, se era casado, solteiro, feio, bonito, eu não sabia absolutamente nada de você, mas me senti atraída por poucas linhas que você escreveu. Dei um jeito de conversar com você sozinha, longe da lista de discussão, e a partir do primeiro dia em que conversamos tudo, tudo mudou. Nos apaixonamos, fizemos planos, construímos castelos, você me ligava às 4 da manhã para cantar, tocar violão, ler Fernando Pessoa. Você me mostrou músicas novas e lindas, poesias, estrelas, vento, água do mar. E quando nos encontramos pela primeira vez, nos encaixamos de tal forma que parecia que sempre estivéramos juntos.
Como é possível isso? Como é possível que um simples e-mail, de uma pessoa que eu nem sabia quem era, possa ter me atraído de tal forma que eu precisei ir atrás de você para te conhecer melhor?
Como é possível que depois de 9 anos não conseguimos esquecer um do outro, e quando voltamos a nos falar parecia que tinha sido ontem, ontem, que tudo aconteceu?
Como é que eu posso desistir, como, como, depois de tudo isso? Como eu posso lembrar até hoje do seu cheiro, do seu beijo, do seu corpo? Não, eu não quero desistir. Não quero e não posso. Eu preciso encontrar você. Nós precisamos desse encontro. Precisamos saber o que existe de fato, o que é essa mágica que faz com que consigamos nos entender com um simples olhar, sorriso, mesmo que seja através de uma web cam fajuta. Eu acreditei em suas promessas, em seus sonhos, em seus planos, mas isso não é culpa sua. Eu acreditei porque quis acreditar, e porque ainda acredito que tudo aquilo seja possível. E, até que uma triste realidade consiga me provar o contrário, vou continuar acreditando, insistindo, te perturbando. E olha que eu duvido que exista uma triste realidade esperando por nós. Acredito que a nossa realidade vai ser tudo, menos triste. Não vou desistir, eu quero você pra mim, só pra mim e mais ninguém, quero poder acordar e ficar olhando você dormir, ao meu lado, como fazem os bobos apaixonados.
Quero poder construir uma história com você, quero brigar com você para depois fazer as pazes, quero sentir raiva para depois sentir vontade de pular no seu pescoço, quero ouvir música, ver filmes, viver o dia-a-dia com você perto de mim. Quero tudo, não quero me privar de nada, quero o melhor e o pior, desde que estejamos juntos. Não quero nenhuma fantasia, quero a verdade, a realidade, a parte boa, a parte ruim, todas as partes. Quero você, inteiro, só você, só pra mim. E quero eu, só pra você.
posted by Karime at 03:01 0 comments

terça-feira, 14 de abril de 2009

mode: a inveja é uma m.

Navegando por blogs e mais blogs, estou procurando conhecer tanta gente nova e interessante que surgiu na blogosfera desde que fechei meu antigo blog. Realmente, há coisas maravilhosas.
Mas não me venha com histórias de amor, não venha me contar o quanto você está feliz com seu namorado/marido/amante/whatever, como vocês dois se olham e se entendem e como é bom vê-lo dormir, e o quanto você se sente completa e abençoada por tê-lo encontrado.
Hoje to morrendo de raiva de todas as pessoas felizes e apaixonadas, que acham que esse estado de graça vai durar para sempre. Vontade de chegar e dizer: aproveita, minha filha, porque logo logo isso acaba.
Mas não vou dizer. Eu já passei por isso e, espero do fundo do coração, vou passar de novo. Mas enquanto choro minhas mágoas, enquanto minhas feridas não cicatrizam, quero esses amantes apaixonados, felizes e em êxtase longe de mim.
Morro de inveja de todos.
posted by Karime at 20:11 1 comments

Hoje estou um pouco melhor do que ontem e um pouco pior do que amanhã! :)
E assim passam os dias.
Resolvi tentar (ao menos tentar, né!) seguir os conselhos médicos: levar a minha vida normalmente, como se o R. não existisse. Não ficar parada esperando que ele resolva minha vida, que NINGUÉM resolva minha vida.
Hoje vou me informar sobre a pós que tenho adiado há mais de um ano. Começou há duas semanas, quero ver se ainda dá tempo de entrar.
Vou começar a correr, vou parar de comer chocolate, vou parar de me lamentar. Resoluções para esta semana. Depois eu conto como estou indo!
posted by Karime at 12:17 0 comments

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Nada como um banho após o outro...

Tomar banho dá uma sensação de leveza, de recomeço, não dá? É assim que eu to me sentindo agora. Tudo bem, não é nada de novo, afinal, antes que vocês pensem o contrário, eu tomo banho todos os dias! Mas hoje, talvez em razão de como tenho me sentido nos últimos dias, essa sensação veio mais forte.
Não saí do banho feliz, disposta, pronta para enfrentar o mundo como nunca, não é nada disso. O banho faz milagres, mas não consegue limpar todas as mágoas, as lembranças, as feridas. Viram ontem a reportagem no Fantástico, sobre apagar a memória de fatos que não queremos lembrar? Pois é, eu fiquei pensando sobre isso.
Apesar de reconhecer que às vezes viver dói muito, não queria poder apagar nada. Minhas lembranças, minhas experiências, meus erros, meus acertos, tudo faz com que eu seja quem sou hoje. Tudo isso faz parte da minha história. Como apagar um pedaço dela? Tudo bem, viver dói, machuca, arranha, quase destrói muitas vezes. Mas também ensina, também faz a gente crescer, embora, no momento, eu não sinta nenhum crescimento ou aprendizado vindo dos últimos eventos que experimentei. Mas sei que é assim, sabemos que é assim. Apagar uma parte disso, ainda que seja somente a parte mais dolorida, parece pegar um atalho, um caminho mais fácil, conseguir um “jeitinho” para passar para o lado mais agradável da vida. Como se estivessemos enganando a vida, dá pra entender? Eu quero ser o resultado de todas as minhas experiências, boas e ruins. Não quero apagar nada. Quero aprender com elas, crescer com elas, mas não fingir que não aconteceram. Quero parar de sofrer por elas, mas não fazer com que elas sumam. Eu vou melhorar, vocês vão ver só!
posted by Karime at 22:25 0 comments

Essa história com meu ex, que comecei a contar ali embaixo, até hoje não teve fim. E eu não quero que tenha. Ela vem se arrastando ao longo de 9 anos, e nunca consegi colocar um ponto final. Claro, eu nunca quis. Na verdade sempre acreditei, como disse ali embaixo, que teria um final feliz. E tenho que admitir que acredito até hoje, mesmo contra todas as evidências.
Quando eu penso nas coisas que vivemos, não posso pensar diferente. Por mais que tenha sido pouco tempo, foi mais intenso do que qualquer outro relacionamento na minha vida. Não ficou bem resolvido, como ele me disse. Nem pra mim, nem pra ele.
Os homens que conheci depois dele sempre perderam na comparação, sempre ficaram devendo em sensibilidade, em gosto musical, em inteligência, em charme, em compatibilidade... em todos os sentidos.
Na minha última consulta com meu psiquiatra, falando sobre isso, eu disse que ele era o fantasma da minha vida, um fantasma que me acompanhou durante esses 9 anos. E aí ele me disse que o fantasma não era ele. Eu sou o fantasma. Ele disse que o fantasma sou eu. Ele me falou várias coisas nesse dia, quero escrever sobre elas para não esquecer.
Quando eu disse a ele que precisaria encontrar meu ex namorado para colocar um ponto final na relação - ou para embarcar nela de vez - ele disse que não, que eu não preciso. Disse que eu posso resolver isso sozinha, porque o fantasma está em mim, o fantasma sou eu. Humm... o que isso significa exatamente? Eu não faço idéia. Escrever me ajuda a organizar os pensamentos. Quem sabe assim eu consigo descobrir.
O fato é que eu não me conformo que esse relacionamento não tenha dado certo. Tinha tudo pra dar certo - não aceito que não possamos ficar juntos e felizes para sempre.
E aí quando nos falamos, fazemos planos, lembramos de tanta coisa, desejamos tantas coisas e... tudo se perde, de uma hora pra outra, como se eu tivesse sonhado, e não ouvido dele tantas coisas...
Por que é que eu insisto nisso, por que não desisto? Eu resolvi que desta vez não vou desistir dele, porque se eu desistir essa história vai continuar mal resolvida na minha vida, vai continuar me assombrando até o fim dos tempos. Mas será que é isso mesmo? E o que exatamente significa esse "não desistir"? Eu tenho que convencê-lo a dar outra chance a nós dois? Tenho que ir buscá-lo, nem que seja amarrado, para mostrar a ele que podemos ser felizes juntos? Até que ponto posso insistir, ligar, escrever, falar, querer, querer, querer? Eu não sei. Não sei qual o limite. O que eu sei é que se eu desisto agora, daqui a um ano, dois anos, sei lá, voltaremos a nos falar e vai ser a mesma coisa, de novo. Quero acabar com isso. Resolver de uma vez. Ou ficamos juntos ou não ficamos. Mas precisamos resolver. E ele diz a mesma coisa pra mim. Mas por que, depois de falar isso, ele some? Ele foge? Ele foge de quem? Dele, de mim? Da possibilidade de ser feliz comigo?
E por que eu insisto tanto em viver uma história com um cara que é indeciso, que foge, que não sabe o que quer, que um dia fala uma coisa e no outro faz outra completamente diferente?
Eu não sei, eu não sei, eu não sei.
Eu acredito que ele seja o amor da minha vida. Mas será que uma pessoa tem que esperar tanto, sofrer tanto, pelo amor da vida? Eu também não sei.
O que Freud diria? Que eu insisto nisso porque também não quero ser feliz? Fujo da felicidade? Quero um amor impossível, ao invés de encontrar alguém que esteja perto, que me queira, que cuide de mim? Talvez.
Meu médico disse, como já escrevi, que é a tal angústia de ficar sozinha. Disse também que eu preciso aprender a ficar sozinha. Preciso acabar com essa angústia, aprender a ficar sozinha sem essa angústia, para depois poder saber o que eu quero de verdade.
Ele falou outra coisa importante. Que eu preciso continuar minha vida normalmente. E aí eu lembrei que, toda vez que R. aparece na minha vida, eu entro em pausa. É. Ele aparece e tudo para. Eu paro, o mundo para, minha vida para. (De novo, sem acento). Parece que eu fico num estado de pausa mesmo, esperando que ele resolva o que vou fazer da minha vida. Esperando pra saber se ele vem me buscar, se é desta vez que vamos ficar juntos pra sempre, se agora finalmente vou conseguir viver a tal história de amor da minha vida. Tudo para! E não pode ser assim. Eu não posso depender eternamente de alguém que resolva minha vida, meus problemas. Sou eu quem tem que resolvê-los. Será tão difícil assim fazer isso? Se eu colocar nas mãos de outra pessoa, seja quem for, nunca vou resolver nada. Vou viver dependendo de outras pessoas e nunca vou pra lugar nenhum. Como eu sinto que não fui até hoje. Humm... será que estou tendo um insight? Vou dormir. Amanhã eu releio e vejo se descobri alguma coisa importante!
posted by Karime at 01:10 1 comments

domingo, 12 de abril de 2009

Talvez agora, com trinta e vários anos, eu finalmente aprenda a andar com minhas próprias pernas.
Não que nunca tenha andado. Mas sempre, de uma forma ou de outra, deixo nas mãos de outras pessoas o meu destino, o meu futuro, o meu amanhã, o meu depois.
Preciso aprender a ser só, diz o poeta. E diz meu psiquiatra, também.
Meu psiquiatra me disse, semana passada, que o meu problema é, e sempre foi, a angústia de ficar sozinha. Mas eu já fiquei muito tempo sozinha, eu disse a ele. Entre meus namoros, sempre ficava um tempão sozinha. Aí ele falou: não estou falando do 'ficar sozinha', e sim da 'angústia de ficar sozinha'. Humm. Não sei se eu sei o que ele quis dizer. Ou não sei se eu sei mas prefiro achar que não sei.
Ele falou que foi em razão dessa angústia que demorei tanto tempo para terminar meu último namoro. Quatro anos e meio, dos quais o último ano e meio passei criando coragem para terminar. A coragem veio de uma forma meio torta, depois de, desastradamente, eu dar o último grito de socorro. E não ser atendida. E, quando finalmente terminei, ao invés de alívio senti tristeza, solidão, arrependimento, angústia - será essa a tal angústia?
Agora isso já passou. Esses sentimentos ruins que vem com o fim de longos relacionamentos. Eu sei, preciso me forçar a escrever esse "vem" sem acento, porque não tem mais acento, mas eu não me conformo. Fica faltando alguma coisa e todos os meus esforços para escrever corretamente se sentem traídos. Mas voltando.
Isso tudo passou, mas não passou porque eu cresci, aprendi, resolvi que preciso ficar sozinha pra me conhecer, pra crescer, etc. e tal.
A angústia (seja ela o que for) passou porque um antigo namorado, aquele amor-da-vida-maior-paixão-melhor-sexo-combina-em-tudo-comigo voltou. Voltou a me atormentar, voltou para minha vida, para meu coração, meu corpo, minha alma. Não voltou fisicamente. Voltamos a nos falar, voltamos a querer retomar aquela relação perdida há tantos anos, voltamos a fazer planos e a perceber o quanto somos parecidos, o quanto combinamos, o quanto queremos as mesmas coisas.
Então eu, mais uma vez, acreditei em todo aquele sonho, em toda aquela promessa de felicidade, como na música de Caetano, acreditei naquele que foi meu caminho, meu vinho, meu vício, meu fumo, minha yoga, minha droga, que foi tudo e que não durou o suficiente para ser tudo o que eu queria, o que eu quero.
Como esquecer um amor que, além de intenso, forte e cheio de promessas, nunca ficou definitivamente resolvido? Claro que isso me perseguiu ao longo de nove longos anos. Nesse tempo todo eu sempre acreditei que um dia, depois de muitos anos, iríamos nos reencontrar, descobrir que fomos feitos um para o outro e viver felizes para sempre.
E sabe o que é pior? Eu continuo acreditando nisso. Hoje, agora, neste exato momento em que a dor me mostra mais uma vez que eu não poderia ter sido assim tão ingênua, agora mesmo, continuo acreditando. Acredito em filmes com final feliz, do tipo "foram felizes para sempre". Acredito em papai noel e coelhinho da páscoa. Será que esse é o meu erro? Acreditar que existe algo maior e melhor do que o dia-a-dia medíocre da humanidade?
Eu me recuso a simplesmente deixar de acreditar nisso. Não posso me entregar. Tem que existir alguma coisa além disso, não é possível.
Eu sei, eu estou musical hoje. Mas não é hoje. Eu sou musical. A música sempre desempenhou um papel importantíssimo na minha vida, desde que me conheço por gente. Um amigo meu me falava que quando bebê eu era ninada ouvindo Tom e Vinícius, e foi por aí mesmo. Mas por que estou falando de música? Porque a música é parte importante desta história, também. Da maior história de amor que eu já vivi, ou ainda vou viver, ou vivo, não sei. A música sempre foi parte importante de todas as minhas histórias. De mim.
posted by Karime at 17:13 1 comments